Tuesday, June 26, 2007

Joe


Já há muito tempo que sigo com atenção as notícias e entrevistas de Joe Berardo. Parece-me um homem genuinamente simples quando fala da sua relação com o mundo da Arte. Que é um amor recente, que foi a mulher que o despertou para essa área, que ao princípio não percebia nada. Simplicidade.

Gosto deste homem que veio da classe trabalhadora e que sulcou, à força da sua enorme sensibilidade para os negócios, o seu caminho. Sobretudo gosto, porque não nega as suas raízes.

Não gosto, é das vozes mesquinhas que se erguem contra ele. Dar descontos a sócios de clubes de futebol? Que ideia brilhante e generosa.

Hoje já fui 2 vezes ao CCB. De madrugada era o mar dos VIP´s de copo na mão e gargalhada blasé. Esta manhã pelo contrário, vi o povo. O povo da barriga grande e ar desdentado. Oh Pai o que é isto, então filha são duas senhoras núas a apanhar sol. Não vês?

É isto que faz falta. Pessoas simples a ver.

Deixemo-nos de elitismos intelectuais. Faz falta ver e sentir. Faz falta o povo no CCB, em Serralves, na Gulbenkian e por aí fora.

Eu gosto do Joe!

2 comments:

Willie The Pimp said...

Eu não gosto do Joe Berardo, nunca gostei e não é agora que vou começar a gostar. Não gosto do olhar mastodontico com expressão oral vagamento articulatória e babélica, não gosto de quem não tendo sequer tomado chá na pia do porco pretende agora beberricar a lavagem do porco na chávena de chá, não gosto das negociatas nem dos negócios nem sempre limpidamente legais que levaram o self-made man madeirense a não poder entrar na África do Sul até à prescrição dos factos nem do comércio das Protheas.
Esclarecida a minha posição relativamente à criatura e reposta a objectividade, vamos à análise dos factos.
1 - a Colecção Joe Berardo é uma colecção de inegável valor cultural e patrimonial para o estudo da Arte Contemporânea mundial.
2 - é importante que o público aceda à Arte independentemente de sexo, raça, condição económica e social, educação, religião, idade e todas as coisas giras da Constituição.
3 - o facto da Colecção Joe Berardo ficar em Portugal pode ser um polo de dinamização cultural da maior importância desde que o afluxo do público se mantenha e o mar de gente que invadiu o CCB se mantenha para além da encenação mediática e atraente com direito a gravatinhas e cabelinhos grisalhos de galã engata sopeiras de primeiro ministro, lagriminha do Comendador e entradas à borla com espectáculo à borla.
4 - o CCB tinha um conjunto de exposições que permitiam que o público fosse assimilando com alguma profundidade os diferentes olhares da Arte Contemporânea quando agora é confrontado com um resumo de muitos e variados olhares de épocas variadas sem o direito a conhecer em profundidade a obra de um determinado artista porque tal vai chocar com o imperativo museológico. Trocou-se uma Galeria de Exposições por um Museu.
5 - a vocação que presidiu à criação do CCB era a de um Centro Cultural que acolhesse exposições temporárias e sempre assim funcionou. Dentro destes pressupostos foi realizado com dinheiros públicos e dentro destes pressupostos tem vindo o contribuinte a manter a instituição, o mesmo sujeito passivo (é interessante analisar o valor que as expressões fiscais assumem quando lidas em clave sexual) que agora irá continuar a pagar durante mais dez anos a manutenção do espaço da colecção de quem lhe retirou o direito a uma diversidade na profundidade.
6 - no final dos dez anos a colecção vai ser vendida e o estado tem direito de opção sobre o preço de uma leiloeira. Isto parece o leilão do salpicão da língua e do presunto de/para angariação de fundos da Confraria do Senhor de Rodes. No final, muitas vezes o padre cobria a oferta e ficava com o presuntinho e o salpicãozinho para lhe aconchegar o estómago nas noites frias da Beira Alta.
7 - eu tenho uma colecção de caricas de quase quarenta anos e acho que as caricas são um importante meio de estudo do design de algo tão importante para o ser humano como aquilo que cobre o local onde ele gosta de colocar os lábios. Gosto muito das minhas caricas e quero partilhá-las com o público. SE berrar muito talvez consiga expô-las durante dez anos no Palácio Foz (fica mais perto da ginginha).

Anonymous said...

Eu tb não gosto do Joe, pela prepotência do homem.
E tb não gosto deste governo que lhe ofereceu o CCB de mão beijada, ke lhe vai aumentar a colecção e no final ficar sem nada.
Era bem melhor se fizessem casas para os desfavorecidos ou ke criassem emprego.

Parabéns pelo blog, passei e gostei. Um blog de opinião :)