Monday, April 30, 2007

Saturday, April 28, 2007

What ?


"O Governo Civil de Lisboa autorizou o Partido Nacional Renovador (PNR) a manifestar-se no feriado de 1 de Maio em Lisboa, onde o partido pretende reivindicar "justiça social e combate ao capitalismo selvagem e à luta de classes". (in Público.pt, 27 Abril de 2007)

Eu li bem: combate ao capitalismo selvagem e à luta de classes.

Eu não sabia que o Jerónimo de Sousa fazia parte do PNR...

Thursday, April 26, 2007

MayDay 2007 Lisboa



«O MayDay é uma parada dos precários, organizada em Milão desde 2001 e desde então generalizada a várias cidades europeias (Paris, Londres, Barcelona, Berlim, etc...) e, pela primeira vez este ano, no Japão e nos EUA.
A primeira parada Mayday em Lisboa é uma festa rebelde que junta operadores de call center, imigrantes, bolseiros, intermitentes do espectáculo e do audovisual, estagiários, desempregados e contratados a prazo, estudantes - (já/ainda/quase) - trabalhadores, etc...

No Mayday, a 1 de Maio juntamo-nos contra a exploração, contra o emagrecimentos dos apoios sociais e à habitação, desafiando o cinzentismo da ordem neoliberal, iniciando um percurso de mobilização e de visibilidade. No dia do trabalhador, o precariado rebela-se.»
(in panfleto distribuído na rua)

Parada 1 de Maio Alameda D. Afonso Henriques
Pic-Nic às 13h. partida às 14h em direcção à Pç. Alvalade
Desfile com a Manifestação do Dia do Trabalhador

Tuesday, April 24, 2007

Se eu te perguntar...

Lembro-me que ía ter uma aula de Desenho. Era o dia da semana de que eu mais gostava.

Creio que era uma Quarta-Feira.

Nesse dia, acordei antes da minha Mãe me chamar e achei estranho um barulho que vinha da sala do fundo. Parecia ouvir as vozes da família toda.

Levantei-me pelo meu próprio pé e lá fui eu pelo corredor fora, de pijama e descalça.

Chegada à sala, vejo os meus pais, avós e irmã, à volta do Rádio. Entro e pergunto em voz alta, porque ninguém me tinha acordado.

Schiu, schiu. Lembro-me da voz do meu pai, alterada e nervosa. Olhei para a minha mãe que delicadamente pôs o dedo sobre os lábios. O meu avô paterno, muito direito dizia, até que enfim, até que enfim.

Eu não percebia nada.

- "Daqui, posto de Comando..."

É uma revolução, filha!

Em poucos minutos, a porta tinha-se aberto para um mundo que eu não conhecia. Ditadura, Fascismo, os bons e os maus, Revolução. E o meu avô continuava, como que hipnotizado, até que enfim, até que enfim.

Afinal aquele Sr. que aparecia na TV nas «Conversas em Família», o Marcelo, era dos maus. Mas ele tinha um ar tão bonzinho. A GNR era dos maus. A Pide. E lembro-me de pensar, que os meus pais e avós afinal tinham segredos, dos quais eu não sabia nada.

E não ía ter a aula de Desenho.


Se eu te perguntar, onde estavas no 25 de Abril, como é que tu o recordas?

Monday, April 23, 2007

Adeus Boris!

Onde pára (ou começa) a ética da blogosfera???

On 4/23/07, hspinola wrote:

Cara XXXXXXXXXXXXXXXXXXX,

Obrigado pelo seu e-mail.
Ao contrário do que refere, a Quercus é a favor deste investimento e dos benefícios sociais e económicos que lhe estão inerentes. O que a Quercus defende é que o investimento deveria ter sido projectado para uma área industrial ou outra não incluída em área classificada. Desta forma poderíamos ter os empregos e ao mesmo tempo o equilíbrio ambiental. Não lhe parece que esta teria sido a decisão mais correcta?

Cumprimentos
Hélder Spínola
Presidente da Direcção Nacional da Quercus

A minha resposta:

Exmo. Sr. Helder Spínola,

Obrigada pela resposta tão breve. Ponderei esse factor. Ou seja, a possibilidade da fábrica ser colocada noutra área. Mas numa altura em que vivemos momentos tão difíceis, e estou a falar dos quase 500.000 desempregados, parece-me que as preocupações de caracter ambiental são secundárias.

Portugal, pelo que sei, concorreu a este projecto juntamente com outros Países. Se, e espero sinceramente que não, o projecto for parado pelo vosso recurso, vão ficar com as vossas consciências tranquilas? Se outro país, entretanto, conseguir que a nova fábrica seja lá instalada, ficará a Quercus satisfeita?

Continuo a achar que um núcleo familiar destruído, vale mais do que uma simples árvore.

A consciência ambiental não pode ser mais forte do que a nossa consciência social.

O equilíbrio ecológico de nada serve, quando ao lado há carências e desespero. Não lhe parece?

Cumprimentos,

XXXXXXXXXXXX

(as mensagens enviadas a Helder Spínola foram correctamente identificadas com o meu verdadeiro nome. Será que isto é ético?)

Já não há pachorra para tanta demagogia pseudo ambiental!!!

enviado para quercus@quercus.pt

Exmo. Sr. Helder Spínola,

Cito a sua declaração :
"Para Hélder Spínola, esta situação revela «um dos mais graves atentados» ao ordenamento do território nacional, dado que a nova fábrica vai localizar-se numa área com povoamentos florestais de pinhal, eucaliptal e sobreiral, nas cabeceiras das linhas de água na Serra da Agrela."
Diário Digital / Lusa

Na minha opinião:
O que é um grave atentado, não é a localização da nova fábrica, mas antes sim a situação de desemprego que várias famílias da região de Paços de Ferreira, estão a experimentar nas suas vidas.

Empregos e casas que se perdem. Casamentos desfeitos. Situações económicas extremas. Má nutrição. Pobreza envergonhada. Gente simples, sem instrução que olha para a fábrica da Ikea com uma nova esperança. A possibilidade de reaverem a vida.

Isto não vale mais do que pinheiros, eucaliptos e sobreiros?

Já chega da vossa pedagogia ambiental. Estou literalmente farta do vosso discurso. Basta! Por uma vez, pensem nas pessoas.

Não há cá nhó-nhós

85%

Perfeito, perfeito é mesmo a participação dos franceses nas presidenciais.

São estas coisas que me fazem inveja. C´os Diabos pá!

Saturday, April 21, 2007

O 4º mundo

"... a Direcção Regional dos Assuntos Fiscais da Madeira, recusou-se formalmente a colaborar na identificação dos contribuintes residentes na região que preenchem as condições para figurar na lista de devedores ao fisco." (in sítio da TSF, hoje dia 21 de Abril de 2007)

Vi o dito Director Regional na TV no outro dia, precisamente a ser entrevistado sobre este assunto. De repente senti-me transportada para um cenário 4º mundista.

O 3º mundo não é suficientemente mau para incluir tamanha bestialidade.

Thursday, April 19, 2007

Segurança 20.45

Hoje fui ao Centro de Emprego tratar de assuntos triviais, tais como, pedido de isenção das taxas moderadoras a pagar pelos Utentes do Serviço Nacional de Saúde. Puf!

Não é que faça intenções de me sujeitar (tão cedo) à triagem do Método de Manchester, mas assim como assim não pago nada ao abençoado SNS.

No caminho para casa voltei de Metro. Lá dentro na plataforma, chamou-me a atenção talvez pelo tamanho avantajado e cabeça rapada, dois "piquenos" vestidos de negro e bota daquela que a gente sabe. "Pronto" pensei eu, "estamos perto do 21 de Abril, e estes andam em excursão".

Noto no entanto que os piquenos não desgrudavam de um grupo de crianças muito pequenas, com ar de escola, todas loiras.

"Oh meu santinho, agora até já trazem criancinhas. Cruzes, credo, horror".

Só depois percebi, que as criancinhas loiras estavam também acompanhadas de mais duas monitoras. Um terceiro olhar mais atento ao matulão nr. 1 deu para notar na sigla a vermelho, "20.45".

"Ah, mas afinal são seguranças!". E pronto fez-se luz: os 20.45 e suas botas pretas estão ali para assegurar que nada de mal aconteça aos loirinhos de um qualquer colégio inglês/francês/alemão, cuja mensalidade é seguramente o dobro do meu subsídio de desemprego...

Era só isto.

Wednesday, April 18, 2007

Conhece-te a ti mesmo!!!


em resposta ao jp que aparece no http://irmaolucia.blogspot.com

Aldrabão, é o Sócrates
A querer enganar meio mundo,
Finge que é Engenheiro
E mostra diploma imundo

Para quê um palheiro
Se palácio tem, em São Bento
Isto vai para aqui um chiqueiro
E estou que já não me aguento

O Santana esse coitado
Ao menos Dr. ele é
Mas vai aparecer muito “licenciado”
Que afinal não é , hué!

Os Domingos são sagrados
É o que diz o Grande Livro
Mas que grandes pedrados
O diploma? Tenham lá juizo...

Ai que eu quero muito um emprego! Quero!?!

Alguns de nós já passaram por esta fase da vida:
Estou desempregada(o), tenho experiência profissional e habilitações e quero arranjar emprego!
Aqueles que ainda não passaram, tenham calma e ponham-se na fila.
A parte que eu "gosto" mais é olhar para o CV e pensar o que é que raio é que andei a fazer nestes últimos 10 anos.

É que dá um gozo bestial! É que é mesmo bom e faz bem à saúdinha.

Se eu tivesse escolhido ter sido manicure/massagista/cabeleireira, a estas horas tinha ... tinha o quê? A cabeça cheia de extensões. Olha que coisa.

Estou naqueles dias em que tenho de reescrever o CV, transformá-lo numa coisa bonitinha com formato europeu (ouvi dizer) e vender a minha pessoa.

Como dizia alguém no outro dia:
- "Vá, vende-te aí um bocadito!"

Só me apetece gritar, e sair a correr pelas escadas abaixo! Compreendem?