Monday, March 31, 2008

O Estado das coisas

Hoje li no Público, que o presidente da ConferênciA Episcopal Portuguesa afirmou, qualquer coisa do género:

"O Estado democrático não pode ser militantemente ateu"

De repente senti-me transportada para o Terreiro do Paço em pleno Século XVI. D. Jorge Ortiga apontava o dedo para o nosso Sócrates que, já com o lume a crepitar debaixo dos pézinhos, gritava:

- Porreiro, pá!

É impressão minha ou últimamente ando a lêr muitas notícias sobre o estatuto da Igreja em Portugal? Mas que raio de m**** é esta?

Monday, March 24, 2008

Um horror

Em resposta ao "desafio" lançado pelo Irmão Lúcia eu conto:

A minha turma 10º A lá do Pedro Nunes (por volta dos anos 80), pôs o setôr de Francês a chorar e a sair a correr porta-a-fora. E isto porque o Luís não sei quantos estava empielado e decidiu fazer chichi, note-se chichi em plena sala de aula, porque estava à rasquinha... e porque tínhamos ido algumas horas antes tomar uns birinaites a um café rasca lá no Largo do Rato.

Sim porque quando era para beber, a malta não ía aos cafés ao lado do liceu, mas sim íamos lá para bem longe...

Pronto já está, confesso! E de facto não havia nem telemóveis nem youtubes para registar estes momentos de horror!

Capítulo III

E naquele dia tudo tinha acabado. Como que o mundo tivesse parado. Tudo ficou gelado à sua volta. Imóvel. A lua brilhava lá fora. Uma noite fria, sem nuvens. Tudo apenas imóvel.

Ouviu um craque por dentro! Craque! qualquer coisa a quebrar-se. A máscara que manteve durante tantos anos. Para quê? Depois sentiu uma raiva enorme. Ódio mesmo.

Chorou toda a noite. Chorou tudo. Tudo!

Pensou naquilo que já tinha ouvido antes: Deus conta as lágrimas das mulheres

Conta? Conta mesmo?

Fez a mala. Olhou à sua volta para aquelas paredes. E pensou que tudo podería ter sido diferente. Aquelas paredes erguidas por alguém que ela nunca conheceu, numa cidade que não era a sua, num país que não era seu. Aquelas paredes. Pousou lentamente a mão sobre a parede da sala, como que a sentir a pulsação. Tentou sentir o que aquelas paredes sentiam. Se é que as paredes tem sentimentos. Sensações.

Abanou a cabeça. Olhou à volta.Partiu.

Sunday, March 16, 2008

Sopa de peixe


Capítulo V. Foi isso! Fiquei-me pelo Capítulo V do Codex 632 do Rodrigues do Santos. Até ontem eu pensava que era a única pessoa que achava repugnante uma fantasia sexual descrita pelo autor.

A página tantas é-nos relatado que a amante do personagem principal, tinha como fantasia de "cozinheira", quando fosse Mãe, fazer uma sopa de peixe com o leite das maminhas da própria.

Eu fiquei sem gosto de lêr o resto do livro. E de facto já se passou mais de 1 ano e não tive coragem de pegar no Codex.

É pá sinceramente: que mente doentia pensa em sopa com leite das mamas de uma mulher? As minhas fantasias sexuais envolvem mais eu vestida de enfermeira a fazer "curativos" e afins do que preparar sopinhas de leite e raio que parta a mente doente do Rodrigues dos Santos.

Puá! Que nojo lembro-me de pensar! E só ontem em jantar de amigos, é que e felizmente, percebi que não sou a única a ter ficado enojada!

Obrigada amigos, por serem pessoas com fantasias sexuais normais. Obrigada!

Monday, March 10, 2008

Turbo Folk



No Museu Nacional de Moscovo, havía um quadro exposto cujo título era "Lénine em Varsóvia".

As únicas personagens retratadas neste quadro, eram a mulher de Lénine deitada ao lado de um jovem.

Os visitantes aproximavam-se do quadro e líam o título da obra sem sequer se interrogarem sobre o seu significado.

Certo dia, um visitante mais curioso exclama para o guia:

- Não compreendo! Este quadro chama-se "Lénine em Varsóvia", mas no entanto ele não aparece retratado. Onde está Lénine?

O guia responde:

- Então, Lénine em Varsóvia!

in Turbo-Folk pelo Teatro Praga em exibição no Teatro São Luís até meados de Março. Não percam esta peça!

Saturday, March 1, 2008

Nostalgia?

Hoje apeteceu-me levantar da cama cedo, até porque está um sol resplandecente. Tinha de ver a pressão dos pneus, ver o óleo e o nível do líquido de refrigeração. Tudo coisas que uma mulher separada, teve de aprender a fazer sózinha. E não comecem já a pensar “ai coitadinha” que já vem aí um chorrilho de lamentações, porque não é nada disso.

Até porque estar solteira outra vez, tem de facto as suas vantagens, sobretudo no que diz respeito a assuntos da mecânica e afins. Há sempre um número razoável de cavalheiros solícitos, que nos ajudam quando é preciso.

Mas adiante. Fui então fazer isso tudo dos óleos e tal e achei que também já era altura de lavar o meu Panda. Fui então alí para os lados do INATEL que tem daquelas coisas que somos nós a lavar o próprio carro com um jacto de alta pressão.

Eu adoro Lavar o meu carro! Há qualquer coisa que me transporta à infância, não sei. Lembro-me dos tempos em que ía com a minha irmã e os meus pais carregados de baldes e panos e esponjas e toca de ír ali para Monsanto, que era o sítio onde as pessoas de Lisboa, não só íam fazer piqueniques e dormir cestas, como aproveitavam para fazer a limpeza da viatura. Sempre era mais barato e as crianças divertiam-se.

Pois eu devo ter mesmo gostado disso a valer, porque aprecio verdadeiramente ver aquela porcaria toda castanha a sair do carro, e se pudesse ainda tinha a lata de pegar na esponja - que eu guardo carinhosamente no porta-bagagens - e punha-me a esfregar frenéticamente. Mas acho que isso dava muito alarido, e ía ficar com ar de maluquinha das limpezas.

Será que há mais gente por aí que goste desta coisa de lavar carros à mão? Ou sou só eu que ando com ataques de nostalgia?