Monday, August 13, 2007

chegar à superfície


Pátio cheio de casais com filhos. Quando cheguei, a festa já ía a 1/3. Se fosse há alguns meses (pelo menos 10 ou 12) acharía “normal” encarar casais ditos felizes. Embora a maioría fosse desconhecida, sería uma situação absolutamente banal, estar rodeada de crianças, mães e pais.

Mas agora as coisas mudaram radicalmente, e dei por mim desconfortável no meu papel de gaja sem aliança no dedo.

Nunca tinha reparado no ar curioso das mulheres.

Não posso dizer curioso, porque, eu como mulher já olhei daquela forma. Já senti aquilo. Já estive daquele lado. E não quero lá voltar nunca mais.

Ao desleixo, à gordura acumulada, ao sorriso forçado, à falta de côr da pele e do olhar. Ao “fofinha”. Ao “maridinho” tão super-educado. Ás férias em lugares pseudo-paradísiacos-claustrofóbicos-com-pulseirinha-no-pulso. Ao sorriso forçado à sogra e aos sobrinhos-bestas. Não quero, nunca mais.

Quero sim, continuar sentir-me a mergulhar na vida de cabeça, mesmo que isso implique quebrá-la de vez em quando, todos os dias, a toda a hora. A sentir-me sem pé, não faz mal eu sei que sou capaz, mas é muito preferível estar assim como eu estou agora. Sem a vida suspensa. Sem estar no limbo. Sem aquele olhar sem graça. E oh meu Deus, como eu quase perdi a graça.

Foi difícil chegar à superfície. Está ainda a ser um pouco difícil. Mas gosto assim.

1 comment:

Anonymous said...

a Susana com z é uma moça muito complicada, pelos aparenta.
seja como for deve ser muito emocionante viver a sua vida.

cumpz