E naquele dia tudo tinha acabado. Como que o mundo tivesse parado. Tudo ficou gelado à sua volta. Imóvel. A lua brilhava lá fora. Uma noite fria, sem nuvens. Tudo apenas imóvel.
Ouviu um craque por dentro! Craque! qualquer coisa a quebrar-se. A máscara que manteve durante tantos anos. Para quê? Depois sentiu uma raiva enorme. Ódio mesmo.
Chorou toda a noite. Chorou tudo. Tudo!
Pensou naquilo que já tinha ouvido antes: Deus conta as lágrimas das mulheres
Conta? Conta mesmo?
Fez a mala. Olhou à sua volta para aquelas paredes. E pensou que tudo podería ter sido diferente. Aquelas paredes erguidas por alguém que ela nunca conheceu, numa cidade que não era a sua, num país que não era seu. Aquelas paredes. Pousou lentamente a mão sobre a parede da sala, como que a sentir a pulsação. Tentou sentir o que aquelas paredes sentiam. Se é que as paredes tem sentimentos. Sensações.
Abanou a cabeça. Olhou à volta.Partiu.
No comments:
Post a Comment